Colecção temática Ericáceas

O período Cretácico supõe um desafio estratégico para as plantas vasculares. O Jurássico levou ao sucesso evolutivo das angiospérmicas, plantas com flores hermafroditas, que generalizam a polinização por insectos e animais e que envolvem as suas sementes em frutos. A partir deste momento urge a necessidade de criar diversidade na forma das flores, de modo a atraírem determinados grupos de polinizadores e, deste modo, garantir de modo eficiente a reprodução, ao mesmo tempo que uma cada vez maior diversidade de indivíduos. Este processo não resultará fácil, contudo as plantas já conhecem certos instrumentos que foram aprendendo, especialmente com as Rosídeas. Neste grupo, e mais especificamente nas Leguminosas, observaram como seria possível mudar a forma das pétalas e entrelaça-las (neste caso através de pêlos ganchudos nas margens dessas pétalas) criando formas semelhantes a insectos. Esta transformação morfológica no invólucro das flores também foi acompanhada por modificações na forma e disposição dos estames e dos carpelos, de modo a adaptá-los a estas novas formas.

Há pouco mais de 120 milhões de anos surge então um grupo de plantas vasculares que já apresentará um perfeito concrescimento (união) das suas pétalas, em muitas das suas espécies. Começa a ser criada uma nova subclasse sistemática, a das Asterídeas, e dentro destas uma das mais incipientes será a formada pela ordem Ericales. Este grupo de plantas é extremamente curioso, pois nos permite ver como foi possível ir unindo as suas pétalas, diferenciando para isso dois grandes subgrupos dentro desta ordem: por um lado aquele formado por indivíduos com pétalas ainda livres (as Rododendroideas), pelo outro as que já possuíam pétalas total ou parcialmente concrescidas (ou Ericóideas). Géneros e espécies destes dois grupos evolutivos estão recolhidos na colecção das Ericáceas do Jardim Botânico da UTAD. Rododendros e azáleas (Rhododendron spp.), urzes (Erica spp. e Daboecia cantabrica), torgas (Calluna vulgaris) ou medronheiros (Arbutus spp.) são alguns dos exemplos que podemos descobrir, entre outras muitas espécies desta família que soube dar resposta ao desafio da evolução.

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