Fagus sylvatica L.
Faia-europeia
Distribuição em Portugal
Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas
Distribuição geral: A área de distribuição mundial da faia ocupa uma superfície de 16 a 18 milhões de hectares, em povoamentos puros ou mistos, com outras espécies, sendo o limite Ocidental em Inglaterra e Península Ibérica. Chega pelo Sul à Sicília, Grécia e à metade Norte de Espanha. Ultrapassa ligeiramente o paralelo 60º no seu limite setentrional, o Sul da Suécia e a costa Norueguesa. A faia aparece nos Cárpatos no extremo Oriental da sua área de distribuição.
Caracterização geral: Em Espanha, vegeta desde o nível do mar no litoral cantábrico, até aos 1800 metros nos Pirinéus. Os melhores bosques de faias em Navarra, encontram se entre os 1000 e 1500 metros de altitude. Resiste bem aos frios invernais (até -25°C), é porém, sensível às geadas tardias. Dá-se melhor em ladeiras, cumes e planícies do que em vales fundos e fechados, onde é afetada pelas geadas tardias, preferindo normalmente a vertente Norte, com exceção das cotas mais elevadas. Requer precipitações mínimas de 600 mm por ano e pelo menos 150 mm na época estival. Necessita de um ambiente húmido na época de atividade vegetativa, durante a qual tem um metabolismo intenso com uma transpiração elevada. É uma espécie de sombra, a qual chega a formar bosque densos que só deixam passar 5% de luz. Prefere as áreas mais umbrosas nos bosques mistos, para posteriormente tentar desenvolver se debaixo de cobertura da espécie acompanhante. Encontra-se em distintos substratos como argilas, granitos, gneiss, margas, xistos, sendo no entanto mais frequente em solos calcários. O melhor desenvolvimento da espécie dá-se em solos argilosos, na condição de que sejam um pouco soltos e em solos calcários e frescos. Não tolera o encharcamento e valores de pH inferiores a 4,5. É tolerante a solos ácidos. A regeneração faz-se bem de semente e também de raiz nas primeiras idades. É uma árvore de grande porte com 30 a 35 metros de altura, podendo alcançar os 40 metros. A copa é ampla, ovada ou hemisférica. O tronco, com o tempo, torna-se reto, esbelto e limpo, passando a casca de um tom verde ao característico cor cinza. O tipo de ramificações do tronco varia com a qualidade da estação e conforme cresça ou não isolada. No primeiro caso, apresenta ramos horizontais a meia altura e em bosques densos aparecem em cotas superiores e em forma mais ascendente. O sistema radicular, nas primeiras idades, reduz-se a uma raiz principal reta, com escassas ramificações. Mais tarde, quando o crescimento da árvore cessa em altura, desenvolvem-se numerosas raízes secundárias e pouco profundas. Aos 125 anos atinge a máxima altura e a longevidade vai até aos 300 anos.
Propriedades e utilizações: A madeira é de cor branca-amarelada, que ao corte torna-se avermelhada, não sendo o borne e o cerne diferenciados. É dura, de densidade mediana ou alta e grão fino. A madeira é considerada de grande qualidade. Usa-se frequentemente em marcenaria (pernas de mesas, portas e armários) e tornearia. As madeiras de menores dimensões, utilizam-se para o fabrico de parquet de excelente qualidade, confeção de brinquedos, objetos correntes de madeira, entre outras utilizações. As partes altas dos troncos, ao nível dos primeiros ramos, são usadas para travessas de vias férreas. As peças do pé bem cilíndricas e de boa procedência utilizam-se em geral como bobines de desenrolamento. Em países não produtores de madeira de eucalipto, utiliza-se para pasta de papel, com a espécie conduzida a pequenas rotações. A lenha dá um excelente combustível. É uma espécie com interesse ornamental. Os frutos são apreciados pela fauna silvestre. Outro grande interesse são os cogumelos para consumo, próprios dos bosques de faia, de que são exemplo os seguintes: Clitocybe odora, Marasmius alliaceus, Oudemansiella radicata, Cortinarius praestans, Russula cyanoxantha, Phylloporus rhodoxanthus, Boletus pinicola.
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Ficha técnica da espécieFagus sylvatica
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