Castanea sativa Mill.

Espécie
Castanea sativa
Descritor
Mill.
Género
Família
Ordem
Sub-classe
Hamamelididae
Classe
Magnoliopsida
Sub-divisão
Magnoliophytina (Angiospermae)
Divisão
Spermatophyta
Tipo Fisionómico
Mesofanerófito
Distribuição Geral
Oriunda dos Balcãs, Ásia Menor e Cáucaso; cultivada na Região Mediterrânica, C e W Europa e Macaronésia
Nome(s) comum
Castanheiro
Castanheiro-comum
Castanheiro-vulgar
Reboleiro
Habitat/Ecologia
Matos
Terrenos cultivados
Sinonimias
Castanea vulgaris Lam., nom. illeg.
Época Floração
Maio - Junho
No JBUTAD
Sim - A4 E5 I3
Colecção temática

Perfil farmacológico

  • PT Tratamento de hemorragias e diarreia, Adstringentes, Extetorante, Tónico (folhas e casca: taninos). 27
  • PT Tratamento de hemorragias e diarreia, Adstringentes, Extetorante, Tónico (folhas e casca: taninos). 49
  • PT Tratamento de hemorragias e diarreia, Adstringentes, Extetorante, Tónico (folhas e casca: taninos). 54
  • PT Tratamento da febre e da tosse (infusão das folhas e casca). 27
  • PT Tratamento da febre e da tosse (infusão das folhas e casca). 49
  • PT Tratamento do reumatismo e dores lombares, articulares e musculares (folhas), Tratamento das dores de garganta. 29
  • TX Não há registos clinicamente relevantes.
  • IF Não há registos clinicamente relevantes.

Galeria de imagens

Fotografia de capa Castanea sativa - do Jardim Botânico
Fotografia 1 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 2 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 3 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 4 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 5 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 6 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 7 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 8 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 9 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 10 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 11 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 12 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 13 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 14 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 15 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 16 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 17 da espécie Castanea sativa do Jardim Botânico UTAD

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

Espécie de interesse florestal

Informação cedida por

Distribuição geral: É uma essência de origem mediterrânica, a qual foi largamente introduzida na Europa Ocidental, do Centro e mesmo do Norte (Dinamarca e Suécia). Encontra-se atualmente disseminada em 3 zonas: a Europa mediterrânica, o Sudeste do Norte dos E.U.A e o núcleo do Oriente que engloba o Japão, a Coreia e a China Oriental. É uma essência integrada no carvalhal caducifólio, ocorrendo em toda a área central e ocidental do mediterrâneo. Em Portugal, ocorre em todas as províncias continentais portuguesas e as suas maiores áreas encontram se em Trás-os-Montes, parte das Beiras, Portalegre e Monchique.

Caracterização geral: Pode vegetar desde o nível do mar até cotas de 1200-1300 metros. É uma espécie de meia-luz, a qual necessita de um certo abrigo nas primeiras idades, essencialmente em estações muito frias ou quentes. Desenvolve-se bem em climas do tipo temperado. É considerada uma espécie termófila, a qual tolera frios invernais rigorosos, sendo no entanto muito sensível às geadas tardias (primaveris), essencialmente nas encostas soalheiras, aonde a rebentação é mais precoce. Exige nas primeiras idades, seis meses de temperaturas superiores a 10°C, temperaturas médias do mês mais frio superiores a 1°C e temperaturas médias anuais situadas entre os 8 e os 15°C. Não tolera, no entanto, valores de temperaturas inferiores a -15°C, podendo mesmo originarem-se necroses caulinares. Requer para vegetar, uma precipitação mínima de 600 mm ao ano, com mais de 100 mm no Verão, sendo recomendável nas zonas em que o estio é mais seco, eleger para a plantação, as zonas de solo mais fresco e para se lograr bons rendimentos em produção de madeira, são necessários valores de precipitação bastante superiores. Refira-se que o castanheiro híbrido tem requerimentos climáticos bastante mais estritos, já que tolera muito pior a secura estival e as geadas primaveris. O castanheiro desenvolve-se bem em solos ligeiramente ácidos (pH entre 4,5 e 6,5), soltos, com uma profundidade mínima de 50 cm e ainda, ricos em nutrientes mas sem acumulação excessiva de sais solúveis. Pode tolerar condições edáficas muito desviadas do seu ótimo à custa de uma redução nos crescimentos. Considera-se uma espécie calcífuga, se bem que vegete com frequência em solos formados de rochas calcárias, desde que estejam muito descalcificados pelas elevadas precipitações. É sensível à asfixia radicular, requerendo solos porosos e não resistindo em absoluto ao encharcamento. Em presença de texturas pesadas, tornase imprescindível a presença de um elevado conteúdo de elementos grosseiros. A regeneração é boa por semente. Rebenta muito bem de toiça, permitindo o seu aproveitamento em talhadia. Mesmo depois do tronco se tornar oco, devido às podridões, conserva a sua capacidade de regeneração vegetativa. Os indivíduos originados por via seminal começam a frutificar por volta dos 25 anos de idade, fazendo-o mais prematuramente os rebentos de cepa (a partir dos 10-20 anos). A plena frutificação dos soutos é alcançada por volta dos 50 anos, verificando se uma periodicidade das produções mais elevadas 3 ou 4 anos, a não ser que se pode e adube, reduzindo-se para 2 anos. É uma essência corpulenta podendo alcançar os 35 m de altura. A copa é mais ou menos fusiforme na juventude, com tendência a adquirir formas mais globosas na idade adulta. O fuste é direito, pode atingir grandes diâmetros e em povoamentos densos e pés não enxertados, pode alcançar uma elevada extensão sem ramificações. O sistema radicular é potente e robusto, muito expansivo mas pouco profundo, o que pode acarretar riscos de derrube em árvores isoladas expostas a fortes ventos. O crescimento é rápido ou muito rápido nos rebentos de cepa, com incrementos anuais de até 1,5 m/ano e mais lento em pés originados de semente. Estudos realizados indicam uma produção de fruto de 7 a 65 kg por planta e cerca de 500 a 3000 Kg/ha e para um bom souto, 20 a 25 Kg por planta e 1500 a 2500 Kg/ha. A riqueza em tanino do castanheiro é de 8 a 10 % para o lenho e 4 a 12 % para a casca. É uma espécie de grande longevidade, podendo alcançar idades superiores ao milénio. Os soutos poderão ser consociados com culturas agrícolas ou com árvores de fruto e no alto fuste e talhadia o castinçal poderá ser associado a outras essências florestais - resinosas e folhosas - de acordo com a ecologia da estação. Existem numerosas variedades de Castanea sativa Mill., isto é, grupos que diferem entre si por características morfológicas mais ou menos distintas, tal como a dimensão do fruto. Por outro lado, existem numerosas raças que diferem entre si de acordo com parâmetros ecológicos e biológicos, tais como a tolerância ao frio, a duração do período vegetativo, as características organolépticas do fruto ou tecnológicas do lenho.

Propriedades e utilizações: Do castanheiro obtém se lenho, fruto e taninos. A madeira é de cor castanho-amarelada, de aspeto semelhante à do carvalho, mas sem as linhas brilhantes, o lustre, a tonalidade escura e a densidade que a caracteriza. É uma madeira com pouca dureza, elasticidade e flexibilidade. É menos resistente que a do carvalho, mas é mais fácil de trabalhar e mais estável. É fácil de serrar, fender, polir, aparafusar e tingir. Curva bem em seco e mal em verde. Exige uma secagem lenta e cuidadosa, devido à tendência a deformar e gretar. A madeira recém abatida tem uma densidade de 900 kg/m3 e seca ao ar, uma densidade de 660 kg/m3. Resiste ao ataque de fungos, mas o borne é sensível aos insetos. O grão é médio e a fibra em geral é reta, mas também pode surgir em espiral (com as fibras em forma de hélice em torno do tronco). Em geral, a madeira do castanheiro "bravo" ou silvestre apresenta melhor qualidade que a do enxertado e a de uma árvore jovem é mais dura e resistente que a de uma adulta. A lenha de castanheiro é um combustível medíocre (arde lentamente e mal, produzindo muita cinza) e produz carbono vegetal de má qualidade. A madeira é muito apreciada pelo seu valor decorativo. Para que este aspeto seja valorizado, é conveniente um crescimento diametral lento, já que assim resulta mais ligeira e fácil de trabalhar e apta para carpintaria e marcenaria, que são os destinos que mais se valorizam. Emprega-se ainda em soalhos de madeira e tornearia. Dada a sua resistência à intempérie, utiliza-se em exteriores, por exemplo para postes ou estacas. No passado usou-se bastante para a construção de estruturas, em coberturas de edifícios e na construção naval. O fruto é muito apreciado e tem grande cotação no mercado. As castanhas verdes são consumidas na forma de fruto, enquanto as dessecadas são transformadas em farinha. Poderá ainda obter-se açúcar e álcool das castanhas.

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Ficha técnica da espécie
Castanea sativa

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