Colecção temática Mediterrânicas Calcícolas

Quase todo o terço inferior português está sobre uma área sedimentar, resultante da erosão da meseta Sul castelhana, que a través do rio Tejo acabou por interagir com as correntes costeiras e provocar a formação um gigantesco cone sedimentar ao longo da costa alentejana e do baixo Alentejo. Este processo de sedimentação foi longo e relativamente acidentado. Desde finais do Terciário essa dinâmica fluvial-costeira tem vindo a criar uma extensa área de sedimentação calcária, o que não só permite o desenvolvimento de um tapete vegetal denso, como também a formação de numerosas espécies e subespécies únicas (endemismos rigorosos).

Estas condições ecológicas com solos profundos, arejados e básicos (pH altos) será também aproveitada pela dinâmica glacial-interglacial, transformado esta área num refúgio florístico extremamente relevante para o Ocidente da Europa. Neste sentido, o tapete vegetal do Sul português já foi palco repetidamente de formações de bosques semi-caducifólios frondosos, em contraste com as formações de bosques baixos perenifólios (como os atuais azinhais) ou de sub-estepes (como nos períodos interglaciares mais áridos).

No Jardim Botânico da UTAD podemos ver um excerto desta rica e diversa vegetação, dominada pelos bosques de azinheiras (Quercus rotundifolia) e carrascos (Q. coccifera) -ou os mais húmidos e umbrios de Q. canariensis-, com alecrins (Rosmarinus officinalis), lentiscos (Pistacia lentiscus), estevas (Cistus spp., Halimium spp. e Helianthemum spp.), urzes (Erica spp.) e alfazemas (Lavandula spp.).

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